Envelhecimento activo – uma vida longa

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envelhecimento activo

A importância do envelhecimento activo na sociedade actual

Os “mais velhos” reivindicam o seu lugar ao sol. Atualmente, o homem ou a mulher de 60 anos tem ainda à sua frente dez, ou mais anos, da sua vida a programar. Ora, bem como envelhecer, como bem amadurecer é, exceto em caso de circunstâncias adversas, uma questão de bom senso e de otimismo no envelhecimento activo.

Uma questão de bom senso: é inegável que, por volta dos 50 anos, começam a surgir no corpo humano, importante modificações. No entanto, é preciso encará-las, não como uma doença, mas sim como um efeito natural da passagem dos anos.

A forma como se dá passagem é influenciada por fatores como a hereditariedade, a constituição física e o estado geral do organismo, mas também, por outro tipo de circunstâncias, como o eventual abuso do tabaco e/ou álcool, a falta de higiene e de exercício físico, os maus hábitos alimentares. – envelhecimento activo –

O envelhecimento é um processo relativamente lento e extremamente complexo, em que intervêm numerosos fenómenos que devem ser considerados para um envelhecimento activo.

– Os tecidos que constituem a pele perdem, pouco a pouco, a sua elasticidade natural, fazendo com que ela se torne áspera e enrugada. A pigmentação altera-se e o cabelo começa a embranquecer. Os pequenos vasos capilares de superfície enfraquecem, fazendo com que apareçam manchas na pele e que as desagradáveis nódoas negras surjam com mais facilidade.

 

– Como os discos vertebrais têm tendência para ceder ao peso do corpo, a altura diminui ligeiramente. Os tecidos conjuntivos perdem flexibilidade e as articulações endurecem. O tecido ósseo reduz-se e os músculos ficam mais fracos.

 

– As artérias endurecem e estreitam-se, o ritmo cardíaco baixa e a circulação do sangue torna-se mais difícil. Estes fatores contribuem para uma menos oxigenação dos tecidos e, portanto, para uma pior resposta energética. Esta situação agrava-se quando é acompanhada por uma diminuição da capacidade respiratória.

O coração cansa-se mais, porque é submetido a um esforço suplementar ao ter de impulsionar o sangue através das artérias de diâmetro mais reduzido. Outra das consequências deste facto é o aumento da tensão arterial.

As alterações no aparelho circulatório, bem como as já referidas transformações ao nível superficial da pele, fazem com que a pessoa idosa fique mais exposta à sensação de frio prejudicando o seu envelhecimento activo.

 

– A quantidade de sangue em circulação nos diversos órgãos também diminui com a idade. No cérebro, por exemplo, a redução pode atungir os 20% aos 80 anos; simultaneamente o consumo de glucose e de oxigénio diminui em cerca de 30%. Isto tem como consequência uma diminuição do conjunto das reacções energéticas em todos os tecidos nervosos e, consequentemente, das suas funções.

 

– Também os rins são vulneráveis à fadiga, tornando-se menos capazes de filtrar adequadamente as impurezas do sangue. De igual modo, o fígado perde algumas das suas capacidades de desintoxicação e complicam a vida do idoso e o seu envelhecimento activo.

 

– Os desequilíbrios do sistema imunitário de defesa tornam-se mais frequentes, assim como as complicações relacionadas com a produção e a acção das hormonas.

 

– Ao nível do sistema nervoso, alguns neurónios desaparecem, o que acfeta as capacidades intelectuais, como a memória. Na doença de Alzheimer, por exemplo, os neurónios são obstruídos por aglumerações de filamentos que impedem a transmissão nervosa, degradam a qualidade de vida e o envelhecimento activo.

 

– Os sentidos também enfraquecem: é o que se passa, por exemplo, com a acuidade visual, com a percepção dos sons agudos, como o paladar e o olfacto.

Existem alguns fatores que podem influenciar estas alterações. Entre eles, a alimentação tem uma importância fundamental. Um regime pobre em proteínas, por exemplo, acelera o envelhecimento, enquanto uma alimentação pobre em gorduras e calorias pode prolongar a longevidade e melhorar o envelhecimento activo.

Também está provado que a inatividade apressa o declínio físico e psicológico. Já Hipócrates, o pai da medicina, dizia que “o exercício fortifica e a inatividade degrada”, e isto em qualquer idade. O exercício físico praticado criteriosamente preserva a flexibilidade e o tónus muscular e favirece a digestão, a circulação e a respiração.

Questão de otimismo no envelhecimento activo: a degradação das faculdades intelectuais, devida à idade, depende muito de cada indivíduo. Se há, inevitavelmente, uma certa diminuição da eficiência das actividades intelectuais – menor criatividade, maior fadiga mental, perturbações da memória -, a manutenção da da curiosidade e a vontade de encontrar novos centros de interesse, de continuar activo e de conservar as suas relações sociais podem intervir positivamente no ritmo desta evolução.

Também é verdade que as pessoas idosas são frequentemente propensas a reações emocionais negativas, que afectam o seu envelhecimento activo. Essas reações são fontes de tensão que, por sua vez, podem reduzir o metabolismo cerebral e a passagem do fluxo sanguíneo. Como, dessa forma, o cérebro passa a ser menos irrigado, os neurónios degradam-se com maior rapidez e as capacidades mentais são, evidentemente, prejudiciais. Deste modo, gera-se um círculo vicioso extremamente negativo.

Para contrariar este processo – que não é inevitável, longe disso! – existem meios que, se nem sempre se podem pôr em prática de forma simples e fácil, estão, mesmo assim, à disposição de todos: o cuidar de si mesmo, a criatividade, a leitura, os passatempos, são valores humanos que recuperam, atualmente, o reconhecimento a que têm direito.

A faixa da terceira idade torna-se, pouco a pouco, uma força social e económica real, mesmo se a maioria dos seus membros já não exerce uma ativiade profissional, no sentido estrito do termo. São diversas as atividades de cariz social ou político que atualmente são levadas a cabo por reformados e contribuem para o envelhecimento activo. Além disso há uma certa faixa, embora não muito alargada, de pessoas idosas que têm hoje mais dinheiro disponível do que o resto da população, porque, além de possuírem bens, não têm ascendentes nem descendentes ao seu cargo e dispõem livremente dos seus rendimentos.

O que lhes facilita a vida e prova, mais uma vez, que a idade não é tudo e que é possível um envelhecimento activo.

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